Por vezes dizemos que em lugares inóspitos nada acontece, não se consegue viver quanto mais criar vida aí? Mas é possível, a semente mais forte consegue germinar e crescer nesse sítio. No filme karaté kid, não me lembro no qual episódio, o miúdo vai buscar um bonsai que nasceu num penhasco, um sítio inóspito.
Desde que tenho a ileostomia e venho a reparar que num lugar que está tapado com uma placa e um saco, a única vez que a pele respira é no exato momento em que a mudança de placa é efetuada. É nesse momento que reparo que nesse lugar inóspito nasce pêlos. Os mais resistentes, os mais fortes continuam tentando. Não são muitos, mas são os suficientes para me dizerem para não desistir.
Posso dizer que não desisti de viver de correr atrás dos meus sonhos e um deles está quase realizado. Mas há decisões a serem tomadas agora que a operação final se aproxima.
Quando criei o blog foi com o intuito de ajudar as pessoas que estavam, estão e estarão a passar pelo mesmo que eu. Num dos posts disse que tinha tomado a decisão de ficar sozinha. É verdade! Mas quando ao fim de dois anos, quase, conheci alguém que no momento me pareceu aceitar do jeito que sou, isso está referenciado num post. Fiquei doente, psicologicamente fui me abaixo, cheguei mesmo a emagrecer. E aqui tornei a olhar para o blog, para o que já tinha publicado e foi quando me lembrei que tinha saído do meu caminho. Eu que muito raramente me deixo influenciar por terceiros, deixei e dei-me mal.
Mudei a minha opinião e decidi deixar tudo nas mãos de Deus. Não sou católica praticante, mas acredito e sigo alguns mandamentos. Então disse a Deus se não aparecer aquela pessoa até um mês antes da operação será escusado aparecer, pois não sei se acreditarei no seu amor quando tudo voltar a acontecer, visto que as crises têm uma certa predominância para acontecer. O que não quer dizer que não esteja apaixonada, que não haja alguém neste coração que mais parece de pedra. Mas para algo acontecer não basta só um quer tem de ser os dois. Embora possa parecer desesperada, não estou, apenas desiludida, pois apesar da decisão que tomei sempre acreditei que houvesse alguém que me colocasse o meu mundo virado do avesso, mas parece que me enganei. Mas a falta desse campo preenchido não faz mais de mim uma pessoa amarga continuo a ter amor para dar mais que não seja aos meus amigos e familiares.
Decidi falar a verdade
Hoje decidi contar toda a verdade. Sou mãe de uma adolescente de 15 anos e meio que não vejo nem oiço a sua voz às dois anos. Engravidei aos 19 anos e fui mãe aos 20, confesso que não foi uma gravidez muito desejada, tinha uma vida pela frente cheia de sonhos que foram todos esquecidos no momento em que confirmei a minha gravidez. No entanto, amei a minha filha e aquele momento tão abençoado na minha vida. Lutei desde os 4 meses de gestação para que essa criança fosse amada e desejada a todo o momento e por todos, até mesmo quando fui internada por causa de uma anemia que me deixava cansada só de dar 4 passos. Desde essa altura que comecei a lutar pela minha vida e pela dela. Fiz CTG no hospital para mostrar aos enfermeiros que estavam a aprender como seria fazer um CTG aos 4meses e meio de gestação, para surpresa de todos ouviu-se o coração da minha bebé. Duas semanas internada a fazer ferro de dois em dois dias mais corticosteróides porque eu estava com úlceras ativas, da doença de
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