Quando aconteceu a colostomia?

Tudo começou em janeiro de 2013 quando começou a cair cabelo às madeixas com pustelas da psoríase. Tinha em novembro de 2012, após o aparecimento e drenagem dum absesso perianal do tamanho do ovo de uma galinha, começado a aparecer psoríase no coro cabeludo, mas eu não fui ligando até que em janeiro comecei a ter faltas de cabelo. Fui à internet,na casa da minha grande amiga Li, ver o estudo sobre o infliximab, porque a minha mãe tinha falado com uma auxiliar na oncologia onde eu fazia o tratamento com infliximab.
Só um aparte: o tratamento é feito na oncologia, mas não é para tratar cancro é porque é o único sítio no hospital que nós doentes podemos estar mais à vontade.
Então eu parei logo de fazer o tratamento não queria ficar ainda pior. Então com a minha médica de gastro troquei de medicamento deixei o infliximab para passar a fazer o humira (que também é um medicamento biológico), só que tive 3 meses à espera da autorização para começar a tomar esse medicamento. O que foi tempo demais porque já estava o primeiro absesso no intestino grosso desenvolvido já tinha cólicas de morte, mas mesmo assim eu ia trabalhar (obrigada colegas pela compreensão que tiveram comigo). Só parei de trabalhar a 31 de março de 2013 quando fui fazer uma colonoscopia e quando o tubo passava naquele sitio.... não quero nem pensar no assunto mas acreditem que doía horrores, mas vim para casa na mesma. Nesse dia eu ja nem jantei as dores eram tantas que nem me conseguia levantar da cama até o comprimido que tinha descoberto à semanas lyrica me fazia passar as dores. Então fui para a casa da minha mãe no Escoural porque eu não estava a conseguir levantar da cama para me alimentar então vim para cá e cá estou eu desde essa altura e já tinha perdido pelo menos 8kgs passei dos meus 60kg em janeiro para os 52kg em março.
Começou a crise a se assentuar cada vez mais. Cada vez que tinha uma cólica lá ia eu a correr à casa de banho acabava sempre vomitando com a agonia da dor. No dia 13 de abril desisti de lutar contra a crise e pedi à minha mãe para me levar para o hospital, já não aguentava. Lá fui eu a minha mãe e a minha prima Patrícia. Quando cheguei ao hospital estava lá também pessoas daqui do Escoural, foram eles que me levaram numa cadeira de rodas para a triagem (a essas pessoas que eu não vou divulgar o nome, elas sabem quem são o meu muito obrigado).
Fui logo atendida e fui logo para o balcão mulheres onde eu pernoitei. Depois fui para o S.O. onde fiquei até ter uma nova recaída e decidirem, os cirurgiões, operarem-me. Foi aí que o cirurgião me falou que depois deste absesso me iria aparecer outro e que tinha que recorrer à colostomia (saco ou saquinho). Eu disse sempre que isso não ia acontecer e que a colostomia não iria ser necessária. Pois só que depois da primeira operação, após mais ou menos um mês comecei com dores e muito gelo e outros tipos de medicação voltei ao mesmo a vomitar tudo o que comia com uma diferença não ia à casa de banho. Falei com o cirurgião que me acompanhava ele até brincou com a situação (eu não gostei, é claro). O que é certo, é que eu comia vomitava tudo ao fim de umas horas e estava a emagrecer a olhos vistos.
Só um aparte: todos viam que eu estava emagrecendo mas eu nunca me via magra, esqueletica. Sempre me vi assim tal como eu estou agora redondinha.
Depois quando o meu segundo absesso foi descoberto (parecia a parte bicuda do ovo da galinha) pelo o meu anjo da guarda (eu digo que ele é o meu anjo da guarda porque sempre que eu estou a "atingir a água do fundo do poço" lá está ele. Eu não vou divulgar o nome dele só posso dizer que ele é cirurgião na cirurgia 1) e mandou operar eu ja estava com os meus 30 e poucos kgs (imaginem uma pessoa com um 1.70m e com 30kgs é só ossos) com uma sonda nasogastrica para não estar sempre a vomitar. Deixei de comer, de beber... foram momentos muito dificeis e depois começaram as dores de estômago. Aí acreditem são dores... que nem nada mas fazia passar. Após umas 3 semanas assim lá tive uma boa noticia começou a nascer cabelo onde tinha caido. Isto já estavamos em junho quando eu pedi apoio psicológico, porque já faltava pouco para eu começar a bater com a "cabeça nas paredes". Foi num desses dias que eu estava com o minha psicóloga (para ela o meu grande beijo e abraço porque tem sido o meu grande pilar nesta recuperação) e após a cirurgia ao segundo absesso que acabou não sendo pelo meu anjo da guarda, mas por outros cirurgiões por quem eu também tenho uma grande admiração e respeito, veio a noticia pelo meu primeiro cirurgião que iriam fazer-me a colostomia(saco ou saquinho) assim como um balde de água fria. Mas estava lá a minha psicóloga para me ajudar a levantar e erguer.
Eu não podia pensar que iria desafigurar o meu corpo, sempre me senti como uma top model (alias eu sou top, só boa auto estima) não podia pensar que ia ter um adereço que me iria desfigurar. A minha roupinha de barriga à mostra as transparencias e a roupinha justinha, eu ia deixar de usar isso tudo, não podia pensar isso. Essas eram as minhas preocupações.
Após a cirurgia que teve que ser feita de urgência porque eu estava a sentir que se passasse mais uns dias naquele sofrimento eu morria durante o fim de semana. Sim isto aconteceu durante a semana (eu deixei de contar os dias enquanto tive internada) só sei que isto aconteceu assim: na 5-feira eu já não aguentava mais as dores, a minha doutorinha tinha ido ao meu quarto ver como eu estava e foi com o meu primeiro cirurgião e eu pedi-lhe por tudo para me operar para me tirarem aquelas dores, a minha mãe foi falar com o diretor cirurgico para me operarem com urgência porque também já não aguentava ver-me naquele sofrimento. Na 6-feira fui operada não a que horas entrei no bloco nem sei a que horas eu saí de lá só sei que quando saí não fui para o meu quarto na cirurgia 2, mas sim para o quarto de operados na cirurgia 1.

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